terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O sobrevivente distrital

Belo Horizonte já foi a capital dos mercados, com suas bancas de frutas, produtos da roça, casa de carnes e de bugigangas mil e, é claro, butecos. Mas hoje esta tradição da capital mineira vem agonizando. Os mercados distritais do Barroca e o do Santa Tereza já eram. O do Cruzeiro, que existe desde 1974, não fechou ainda graças à resistência dos comerciantes.
A tática do poder público é estrangular as lojas para que aos poucos todas baixem as portas. Mas se depender dos frequentadores, pelo menos do Bar e Lanchonete do Júnior, um dos remanescentes do Distrital do Cruzeiro, isso não vai acontecer tão cedo. Motivos não faltam.
O bar, responsável pela única esquina do mercado (fica bem no meio de um dos quarteirões do conjunto, dividindo a passagem em duas) é um ponto de encontro de moradores da região, que se reúnem em uma confraria etílico-gastrônomica todos os sábados. É só se aproximar, que logo alguém já puxa papo e fica íntimo. A cerveja e o tira-gosto podem ser degustados no balcão, uma moda restrita quase que exclusivamente aos botecos de mercado, já que em Beagá a maioria dos bares serve apenas nas mesas. A iguaria mais famosa do local é um pernil delicioso temperado com vinho, pimenta malagueta e alecrim.
Mas se você quiser pode comprar um queijinho em uma das bancas do mercado que a turma do bar corta e tempera na hora, sem problema. O estabelecimento funciona desde 1988 e leva o nome de seu dono, filho de antigos comerciantes do mercado.
Com a morte súbita do Tatiara Petiscos muitos de seus frequentadores migraram para lá. Só que o Bar do Júnior não vara madrugada adentro, pois o mercado fecha no fim do dia, mas é uma ótima pedida para uma tarde de sábado.

Por Alessandra Mello (texto e foto)

3 comentários:

  1. Boa, Lê. Esse é no quintal lá de casa..rsss Por outro lado, fica o protesto: não fui convidado para a birita nesse dia aí!!!

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  2. Não seja por isso... eu também não fui convidado.
    Vocês não imaginam a tortura que é ler um post desse, sabendo que no próximo sábado não poderei ir até lá pra tomar uma gelada e experimentar o tal pernil.
    TORTURA NUNCA MAIS!!!!

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  3. Lenício, a próxima vez que vier a BH já fica o convite antecipado. O bar é realmente muito legal. A intenção minha e do Leo era comer comer uma feijoada (muito boa e barata) em um restaurante que também fica no mercado, cujo nome esqueci. No caminho nos deparamos com esse bar e resolvemos experimentar. O que mais me atraiu foi o balcão. Acho que era saudade do Rio de Janeiro, onde não faltam butecos e bares com balcão.

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