sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Os odores de um Lagoinha

Desconfio que muitos dos frequentadores assíduos de butecos podem achar uma tremenda frescura. Mas fato é que não tem coisa pior que pedir uma cerveja e na hora da primeira golada, sentir aquele odor nada agradável no seu copo Lagoinha. E olha que o tal cheiro não é exclusividade dos 'copos sujos'. Barzinhos e restaurantes bacanas e bem posicionados no quesito limpeza costumam servir nossa cerveja em copos até esteticamente mais bonitos, mas nada cheirosos.
Perito no assunto, já que possui o membro olfativo bastante avantajado, Gustavo Nolasco, ou Gugu de Mariana para os íntimos, sempre chama a atenção para o fato. Segundo ele mesmo diz, é um cheiro de pano molhado, aquele mesmo que o garçom costuma passar nas mesas para dar aquela garibada. Por ser privilegiado, as narinas de Gugu captam de longe a fragrância, sendo mais confiáveis que um teste feito pelo Inmetro.
Agora, o que fazer numa hora dessas? Imagino que butequeiro que se preze, não vai reclamar do cheiro do copo Lagoinha...
Portanto, vai aí a dica do especialista: quando se deparar com o aroma de pano sujo, prenda a respiração e espere, porque na terceira ou quarta golada, o cheiro some (ou o nariz se acostuma).

Por Angélica Diniz
Foto: Alessandra Mello

A Vênus dourada

O uísque é, sem dúvida, a unanimidade entre os amantes de um bom trago. É uma bebida sedutora e sofisticada. E também perigosa. Definitivamente, o seu consumo não é um terreno para amadores. E a cautela é sempre a melhor conselheira. Falo isso com conhecimento de causa, pois já me deixei cair nas graças do destilado. Logo eu, um ingênuo e moderado consumidor de cerveja.
Estava participando de uma festa importante, por onde desfilavam bandejas do mais fino scotch. Não suportei a tentação e me curvei a essa vênus dourada em forma líquida. O que me rendeu, numa madrugada chuvosa, um carro enfiado num poste, alguns cortes na boca e uma “tromba de anta” causada pelo inchaço no lábio superior. Além do prejuízo e os arranhões, não me restaram maiores traumas. Mas o recado foi dado.
O RYE CANADENSE

Traumas à parte, apresento aos blogueiros, devotos da bebida, o uísque canadense. Conhecido como rye (centeio em inglês) é bem semelhante ao bourbon americano. Na sua fermentação é usado o centeio em grãos, juntamente com o centeio fermentado, mais o milho e a cevada maltada. Trata-se de um uísque de misturas, que apresenta uma característica mais leve e menos encorpada. A maturação é feita em tonéis de carvalho por onde já passaram os bourbons.

A província de Ontário é conhecida como o berço do rye. Foi na cidade de Kingston, entre Toronto e Ottawa, que foram criadas as primeiras destilarias canadenses, na metade do século XVIII. As marcas mais populares são o Canadian Club e o Crown Royal. Um outro rye também famoso por aqui, é o Alberta Premium, produzido em Calgary, na província de Alberta. Ele foi o vencedor por duas vezes consecutivas (2006 e 2007) como o “Whisky Canadense do Ano”.

Por Lenício Siqueira

Parede de Mictório


O uísque é o melhor amigo do homem,
Ele é o cachorro engarrafado

Por Vinicius de Morais


John's Lounge

A cena noturna de Belo Horizonte muda a partir desta sexta-feira, 30. O renomado Bar do João inaugura, depois de uma série de investimentos, o John's Lounge, casa que tem como destaque um sofisticado sistema de iluminação desenvolvido sob encomenda no Japão. O som será comandado pelo DJ Jurassic Rock, que já se apresentou em Paris, Londres, Rio de Janeiro e Felixlândia. A John´s Lounge fica à rua Tomé de Souza, 810, Savassi. A inaguração está prevista para as 23h.

Por Leonardo Augusto(texto e foto)

Música de buteco...Placebo/ThePixies

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Novo golpe nos bares

Se não bastasse a turma que compra fiado e nunca paga e os brigões da madrugada, os bares de Belo Horizonte estão sofrendo com uma nova modalidade de golpe na praça. O malandro liga para os bares, se passando por funcionário de distribuidoras, e oferece um carregamento de cerva com preço baixo. Prontamente, o dono do estabelecimento aceita a compra e manda entregar.
Quando o caminhão se aproxima do bar, o malandro, de butuca na esquina, se apresenta aos funcionários da distribuidora como sendo garçom, e começa a ajudar no descarregamento das caixas. É um golpe ousado: o dono do bar acha que o malandro é da distribuidora e os caras do caminhão acham que ele é garçom do bar.
No meio dessa confusão, o malandro aproveita o descuido dos funcionários da distribuidora e faz a cobrança junto ao dono do bar, que paga ao receber uma nota – fria, claro.
Quando os verdadeiros funcionários da distribuidora vão receber pela encomenda, o dono do bar anuncia que já pagou e aí se descobre o golpe. Nisso, o gaiato já está longe...
A malandragem está à solta e a polícia só comendo salgado na porta de padaria! Por outro lado, como diz minha amiga Alessandra: “tem dono de bar que até encomenda de girafas está aceitando”....

Por Gustavo Nolasco
Arte/Anúncio: Lenício Siqueira

Hibernação glacial

A foto acima foi enviada pela freguesa de carteirinha, butequeira profissional, Cristina Martins.
Ao ver a foto do meu freezer, ela também fez questão de mostrar o seu. Vejam como as latinhas estão enterradas na neve ,em hibernação glacial, já doidinhas para serem consumidas.
Cristina também é outra louca que veio aventurar aqui por essas terras geladas.
A diretoria agradece pela sua participação!

Por Lenício Siqueira

Música de buteco... Mercedes Benz

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O blond do Leblon

Da prospecção de butecos feita pelo blog no Rio de Janeiro surgiu o Bar Clipper, no Leblon. Estava na região no início de uma tarde meio naquela: "quero um chopp agora e não vou pensar para onde vou". Olhei para o lado, tava lá o Clipper, na Carlos Góes, 263.
Mesinhas dentro e fora do bar, tudo normal, não fosse o "seu" João, o tirador de chopp do buteco. Amigos e amigas, nunca vi nada igual. O cara tira três garotinhos – aquele chopp de 200 mililitros para iniciantes – e dois de 300 em dez segundos. Não estava pensando em cronometrar, mas era tão rápido que tive que conferir no relógio.
Não bastasse, entre um e outro pedido que chega para o "seu" João, é ele mesmo quem abastece o gelo da choppeira. Puxei papo e ele respondeu. "Estou aqui há 20 anos". Modesto ele. Tinha tudo para dizer: "sou bom demais nisso".
O mais impressionante é o tamanho da espuma, idêntica em todos os copos, lá na casa de um dedo e meio para o garotinho e de dois dedos para o de 300. Fiquei por lá por aproximadamente uma hora, para ser mais preciso, pelo tempo de sete de 300. E, em momento algum, vi o garçom com aquela solicitação complementar: "sem colarinho", "pouco colarinho", sinal da experiência dos frequentadores e da confiança no "seu" João.
Se quiser incomodar seu estômago com sólidos, como diria meu amigo Bernardino Furtado, peça um bolinho de bacalhau.

Por Leonardo Augusto (texto e foto)

Mr. Burns ataca loja de conveniência

Mr. Burns, um dos eloquentes frequentadores do Bar do João, foi visto numa hora avançada da noite do último domingo com a usual long-neck na mão, o corpo pendendo para frente, como sempre, e, para eliminar qualquer dúvida sobre a identidade, falando muito. Estranho apenas o local: a loja de conveniência de um posto de gasolina nos arredores da Praça da Savassi.
A testemunha supõe que seja hábito novíssimo de Burns, a julgar pela atenção que lhe davam os dois atendentes da loja postados junto ao caixa. Todos sabem que já na segunda visita deste falante senhor a qualquer estabelecimento, a reação das pessoas é tapar os ouvidos e virar as costas. A culpa do expansionismo geobutecal de Burns é do João da Savassi e outros comerciantes relapsos que não abrem seus estabelecimentos aos domingos.

Por Bernardino Furtado
Foto:Davi Cavalera

De dentro da geladeira

De uma coisa eu não me queixo...
Com um freezer desse tamanho, cerveja gelada é o que não me falta por aqui.

Por Lenício Siqueira

Música de buteco...Led Zeppelin

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O sobrevivente distrital

Belo Horizonte já foi a capital dos mercados, com suas bancas de frutas, produtos da roça, casa de carnes e de bugigangas mil e, é claro, butecos. Mas hoje esta tradição da capital mineira vem agonizando. Os mercados distritais do Barroca e o do Santa Tereza já eram. O do Cruzeiro, que existe desde 1974, não fechou ainda graças à resistência dos comerciantes.
A tática do poder público é estrangular as lojas para que aos poucos todas baixem as portas. Mas se depender dos frequentadores, pelo menos do Bar e Lanchonete do Júnior, um dos remanescentes do Distrital do Cruzeiro, isso não vai acontecer tão cedo. Motivos não faltam.
O bar, responsável pela única esquina do mercado (fica bem no meio de um dos quarteirões do conjunto, dividindo a passagem em duas) é um ponto de encontro de moradores da região, que se reúnem em uma confraria etílico-gastrônomica todos os sábados. É só se aproximar, que logo alguém já puxa papo e fica íntimo. A cerveja e o tira-gosto podem ser degustados no balcão, uma moda restrita quase que exclusivamente aos botecos de mercado, já que em Beagá a maioria dos bares serve apenas nas mesas. A iguaria mais famosa do local é um pernil delicioso temperado com vinho, pimenta malagueta e alecrim.
Mas se você quiser pode comprar um queijinho em uma das bancas do mercado que a turma do bar corta e tempera na hora, sem problema. O estabelecimento funciona desde 1988 e leva o nome de seu dono, filho de antigos comerciantes do mercado.
Com a morte súbita do Tatiara Petiscos muitos de seus frequentadores migraram para lá. Só que o Bar do Júnior não vara madrugada adentro, pois o mercado fecha no fim do dia, mas é uma ótima pedida para uma tarde de sábado.

Por Alessandra Mello (texto e foto)

Música de buteco... Cat Stevens

Sábios contemporâneos

“... e após nos perdermos por uma estrada de terra bruta, conhecemos o cearense Edmílson, dono de um buteco/mercearia no meio do nada. Indignado com a situação do país, em especial dos rumos da agricultura, ele deixa a seguinte pergunta: E no futuro? As crianças vão beber suco de cana e comer pão de eucalipto?”

Por Leo Drumond (texto e foto)

A sabedoria popular faz dos butecos verdadeiras bibliotecas. Esse recorte acima é um trecho do relato do fotógrafo-viajante Leo Drumond – meu parceirão em diversos trabalhos - durante seu projeto Beira de Estrada. Em 2007 e 2008, ele percorreu as rodovias mineiras documentando o universo da Beira de Estrada, nome do seu projeto que pode ser visitado no site www.beiradeestrada.com.br. O Beira de Estrada foi também transformado em livro, a ser lançado ainda este ano. Obra da qual tive o prazer de escrever o texto de encerramento.

Por Gustavo Nolasco

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O maior ídolo do futebol mineiro

Sei que serei criticado por não falar de bebida nesse comentário. Mas foi preciso escrevê-lo para responder a vários questionamentos sobre a falta do assunto “futebol” neste buteco. Já adianto que futuramente irei unir os dois assuntos em novo comentário sobre a proibição de venda de bebidas nos estádios.
Pois bem. Apesar de ser o membro desta Diretoria que menos entende de futebol, coube a mim tratar do tema ligado a esse esporte bretão, na sua versão mineira: o Tropeirão do Mineirão.

Para os moradores d’além montanhas das Alterosas, explico que o estádio Magalhães Pinto (Mineirão) é onde são disputadas as grandes partidas de Cruzeiro e Atlético. E como todo estádio de futebol, tem suas barraquinhas, bares e petiscos tradicionais.

Ao contrário do Lenício - que assim como Zico e Garrincha, parou de bailar nos gramados por problemas no joelho - e do Leo - baluarte da cobertura esportiva da várzea mineira -, conheço poucos estádios. Fui apenas a alguns no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Goiás. Mas posso afirmar sem medo de errar: em nenhum estádio do mundo existe um petisco tão saboroso e fino como o Tropeirão do Mineirão.

A receita é simples: arroz, feijão tropeiro, bife de porco, couve, ovo, torresmo e molho de tomate. É de comer de joelhos, mas geralmente se come mesmo sentando nas arquibancadas antes dos jogos de Cruzeiro e Atlético.

Por questão de segurança, nos bares do Mineirão não são disponibilizados garfos ou facas. Come-se mesmo de colher. E para partir o bife? Simples: junte as duas pernas, coloque o prato sobre elas, segure o bife com uma mão em cada ponta e parta. Com o dente!

Outra medida de segurança adotada há cerca de cinco anos foi a substituição do marmitex de alumínio por pratinhos de plástico. Horrível!!!! Protestei durante vários jogos, mas sem sucesso.

A medida foi tomada porque vários laterais de qualidade futebolística questionável eram vítimas de verdadeiras “pedradas” na cabeça, arremessadas por torcedores exaltados. Neste caso, a pedrada era o marmitex com o restinho de Tropeirão bem embrulhado e lançado dentro do campo.

Nunca fiz isso. Não porque gostava de todos os laterais do Cruzeiro, mas sim porque nunca deixei sobrar um grão de arroz sequer do meu Tropeirão.

PS: A Diretoria agradece a gentileza da fotógrafa Ana Letícia que nos cedeu essa foto do insubstituível Tropeirão. Apesar de atleticana, tem a nossa admiração pelo seu trabalho e ficamos felizes por tê-la como nossa freguesa de carteirinha. Seu blog "Mineiras,uai!" já está no menu "Sugestão do dia". Um espetáculo de bom gosto! Valeu, sofredora...ops, atleticana!

Por Gustavo Nolasco
Foto: Ana Letícia

Música de buteco... Manu Chao

Bomba! Exclusivo!


Nova lei de prevenção a incêndios
de Belo Horizonte
cadastra cachaceiros de fogo
e torna extintor
equipamento obrigatório
e de uso individual.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Parede de Mictório


O boteco é ressoante
como uma concha marinha.
Todas as vozes brasileiras
passam por ele.

Por Nelson Rodrigues

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A arte de beber

Na pausa para o cafezinho, vamos falar de uma cerveja diferente. Apresento a Coffee Porter, fabricada pela Mill Street Brewery. Uma pequena cervejaria localizada em Toronto, no Canadá.
Essa cerveja pode parecer, a princípio, bizarra para o nosso gosto. Mas o aroma é muito familiar. Por ser uma porter, pressupõe-se que seja uma cerveja encorpada e com sabor marcante. Até aí, nenhuma novidade. O inusitado está na maneira que ela é fabricada.Usa-se café torrado no processo de fermentação. O resultado é fascinante. Os sabores são bem equilabrados. Eu arriscaria dizer que lembra uma Guinness com um toque matinal. Não se trata de uma cerveja para ser consumida em rodadas de buteco nas noites quentes de verão. É mais indicada como sobremesa depois de um bom jantar. Os especialistas recomendam tomá-la acompanhada de um pedaço de chocolate meio amargo de boa qualidade.
Vale à pena apreciar todos os detalhes dessa bebida: aroma, cor e sabor. Se você fechar os olhos e cheirar a cerveja sentirá tanto o aroma da cevada como do café. O que pode provocar uma confusão mental. Pois não saberá se está no Café Nice em Belo Horizonte, ou no buteco que costuma frequentar na esquina de casa.

Por Lenício Siqueira (texto e foto)

Música de buteco...Juvenar

Reflexão

Integrantes da Diretoria do blog no Brasil discutem a relação entre Karl Marx e Lênin sob o ponto de vista semiótico

Foto: Titanic(fotógrafo e garçom)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Pela sobrevivência da alma etílica carioca

Volto preocupado do Rio de Janeiro. Temo pelo futuro dos butecos da cidade. Constatei que a turma com mais de 30 anos é a única a frequentar os bares mais tradicionais que existem por lá. Aqueles onde você vai para comer um tira-gosto que não existe em outro lugar ou para beber o chopp tirado com eficiência também exclusiva. O pessoal mais novo, quando não está tomando Guaraviton, mate ou comendo açaí com banana naquelas lanchonetes "geração saúde", passa algumas poucas horas nesses bares pasteurizados tipo Devassa, Belmonte e Espelunca Chic. Todos iguais, sem alma.
Sem renovação, resta a extinção. Mas, senhores, partirá de Minas a saída para evitar a até agora iminente quebradeira dos nossos butecos cariocas. Vamos organizar caravanas quinzenais à terra de Tom e Vinícius. Partiremos com 30, 40 – quem sabe quantos serão movidos por esta causa? – companheiros com o objetivo exclusivo de evitar que o Rio perca a parte mais nobre da sua efervescência etílica.
A primeira parada está aí acima. O Bar Barata Ribeiro, na esquina das ruas Barata Ribeiro e Barão de Ipanema, em Copacabana. Fundado há 40 anos, ainda resiste, mas, hoje, sequer ostenta uma placa. A clientela se resume a alguns poucos companheiros entre 60 e 70 anos que diariamente deixam suas digitais em várias tulipas do bar, preenchidas sempre com chopp gelado, mesmo às 8h30. Apesar do zelo, nada que possa trazer esperança para o bar.
Por aqui, senhores, começa nossa odisséia.

Por Leonardo Augusto (texto e foto)

Quebrando a balança

A eficiente balança de pesar tira-gosto do Bar do João pifou na semana passada. A culpa foi do Bernardino Furtado, provável futuro comentarista desse blog, que inventou moda e há um ano só bebe conhaque no quilo. A máquina não aguentou tanto serviço.

Por Leonardo Augusto
Foto: Gustavo Nolasco

Saudosa Maloca

Esse vídeo é uma raridade garimpada no YouTube. A versão é de altíssima qualidade. Foi gravado em 1978 no Bar da Carmela, no bairro do Bexiga, em São Paulo. Os personagens: Adoniran Barbosa e Elis Regina. A Carmela é a senhora de cabelos brancos, de vestido, que aparece em pé no fundo do Buteco ao lado da velha geladeira. Ela era conhecida por fazer a melhor braciolla do pedaço. Braciolla em outras regiões do Brasil seria o equivalente ao bife a rolê. Ingrediente indispensável em qualquer vitrine de bar.
Mesmo que não tenha vivido essa época, vale a pena preparar um tira-gosto (que seja azeitona), abrir uma cerveja, acomodar-se confortavelmente diante do computador e mergulhar no tempo. Foi o que eu fiz. São 10 minutos da mais pura brasilidade. Preste atenção nos detalhes: a balança no balcão, a garrafa de cinzano na prateleira, o rádio antigo, o bule de café, o freezer da Kibon, e obviamente, as várias garrafas de Antarctica espalhadas sobre a mesa de fórmica. É incrível como o buteco sobrevive gerações na nossa cultura como o melhor e mais eficiente instrumento de socialização.
Vida longa aos butecos! Vida longa à cultura brasileira!

Por Lenício Siqueira


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Enganando o siri

Uma das entradas mais saborosas para acompanhar uma boa cerveja gelada é a famosa casquinha de siri. Tem sabor de praia, tem cheiro de praia. O problema todo da casquinha de siri, na verdade, é o siri. O bichinho é difícil de encontrar, de manusear e de limpar.
Se você não tem à mão a carne pronta para fazer a casquinha, a solução é procurar um restaurante que ofereça essa delícia muito bem feita, onde alguém já se incumbiu de todo o processo da limpeza do marisco.
Agora, se você quiser desfrutar deste prazer à beira da piscina, use bacalhau no lugar do siri. Você vai ter um resultado semelhante e não vai fazer feio com seus convidados. A receita é simples e deliciosa. Talvez o mais difícil aqui seja comprar as casquinhas de vieiras, possível de encontrar nas casas especializadas em peixes. Na hora da compra, leve logo pelo menos duas dúzias das conchas, para garantir que você e os convidados possam repetir a delícia.

Ingredientes
500g de bacalhau sem sal limpo e desfiado
1 cebola ralada
Pimentões - verde e amarelo - bem picados
Farinha de rosca e queijo parmesão ralado
Cheiro verde
Leite de coco
Azeite e pimenta-do-reino a gosto

Modo de fazer
Desfiar 500 g de bacalhau, retirando pele e espinha. Refogar a cebola e os pimentões no azeite. Quando estiverem bem macios, juntar o bacalhau e os temperos a gosto. Deixar cozinhar por alguns minutos e acrescentar o leite de coco. Retirar do fogo e distribuir o recheio nas casquinhas. Cobrir com a mistura de farinha de rosca e o queijo parmesão. Levar ao forno para gratinar. Esta quantidade de bacalhau rende até 20 casquinhas.

Por André Gobira (texto e foto)

Música de buteco... Morrissey

Onde encaixa o cotovelo

Nada mais justo e saudável que encontrar os amigos para tomar uma cerveja. E se for num buteco de sua preferência, melhor ainda. Principalmente numa sexta-feira, final de expediente, depois de uma inteminável semana carregada de aporrinhação de chefe e o stress já no limite do tolerável.
A redenção chega quando você entra no bar, e o dono (seu camarada), sem falar nada, já te serve aquela cerveja gelada do jeito que você gosta. Não há quem resista. Isso é panacéia para qualquer resgate da auto-estima. Desarma o sujeito. É sublime o exato momento em que desce o primeiro copo pela garganta. Um banho na alma... sensação de alívio. Uma amiga certa vez soltou uma pérola: “enquanto as pessoas fazem análise eu vou para o buteco”. Cá pra nós, quer Freud melhor que o cara que te atende no balcão?
Parece que isso não é diferente em lugar nenhum do mundo ocidental. Seja nos butecos do Brasil ou nos pubs da Europa e da América do Norte. A diferença é só no formato mas a essência é a mesma. Trabalhei no bar de um restaurante mexicano quando cheguei por aqui. Me lembro de um professor aposendo que tinha cadeira cativa no segundo assento do balcão. Aos poucos fui conhecendo suas manias. Demonstrava ser uma pessoa solitária. Sempre tinha um livro nas mãos. E depois de algumas cervejas, na pausa da leitura, me convocava para uma conversa. E ali, entre a preparação de um drinque e outro, eu dava a atenção que ele buscava. Tentava, muitas vezes sem sucesso, responder suas angústias. E mesmo assim, me rendia uma generosa gorjeta pelo divã.

Por Lenício Siqueira (texto e foto)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Bodeguita de la Revolucíon - Capítulo 1

Dar dicas de passeios e do mundo etílico de Havana, remete logo aos pontos turísticos da Revolução comandada pelos comandantes Fidel, Cienfuegos e Che; assim como aos famosos drinks Daiquiri, Mojito, Cuba Libre e Piña Colada.
Enganam-se os socialistas e os imperialistas. Vamos começar por um assunto, digamos, “estranho” ao mundo cubano na visão de fora da Ilha: a cerveja!
Sim, companheiro! Cuba tem excelentes cervejas. Só a título de informação, em toda a capital cubana, você poderá tomar a importada Heineker. Mas só mesmo um amador ou um diretor da multinacional para ir a Cuba e beber Heineker, não é mesmo?
A Cervecería Bucanero S.A. (CBSA), indústria do governo cubano, produz as duas cervejas cubanas: Cristal e Bucanero. Fundada no início da década de 80, com tecnologia alemã, a fábrica da CBSA está instalada em Holguín, cidade ao leste de Havana que os próprios cubanos intitulam como uma região “que disfruta del agua de la mejor calidad del país”.
Já na minha chegada ao aeroporto José Martí, em Havana, fui experimentar as duas, pois precisava me decidir o quanto antes sobre qual seria a minha companheira durante a estadia na Ilha.
A Bucanero é uma cerveja mais forte, encorpada e com o gosto dos ingredientes mais firme. Seu teor alcoolico é de 5,4%, superior às mais fortes brasileiras, como Original e Bohemia, ambas com 5,07%. Perdendo apenas para a Serramalte (5,51%).
A Cristal é mais leve, refrescante e lembra mais as cervejas típicas dos verões brasileiros, como a Skol, Brahma e Bavaria. Seu teor alcoólico também é mais suave (4,9%), o mesmo da Antartica e pouco superior ao da Skol e da Brahma.
Fiquei com a Cristal, conhecida entre os hermanos da Ilha como “La preferida de Cuba”.
Como primeira dica – obrigação, na verdade -, digo para não deixarem de beber muitas cervejas cubanas quando estiverem na Ilha. São muito boas e não perdem em nada para as capitalistas.
Detalhe: você não encontrará as tradicionais garrafas de 600 ml. Tanto a Bucanero quanto a Cristal são vendidas apenas em latinhas ou long neck. Uma tristeza...
Nos hotéis e restaurantes famosos, você pagará até 3 Pesos Convertidos por cada uma. Já nos mercados e bares voltados para cubanos, ela é tabelada em 1,25 Pesos Cubanos.
Faça a escolha. No meu caso, troquei Pesos Covertidos por Pesos Cubanos (o que é ilegal), fui aos mercados e enchi meu frigobar de Cristal!

Por Gustavo Nolasco

Música de buteco... Chan Chan

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Parede de Mictório


"O segredo
da criatividade
é saber
como esconder
as fontes"

Macarrão das Putas

A foto, mesmo sendo um imagem de péssima qualidade, tirada de um celular e sob efeito de muitas cervejas no Bar do João, mostra aí o macarrão das putas fazendo a alegria do Leo. E olha que na ida demos uma carona para uma travesti, mas como ela estava em horário de serviço, não pode nos acompanhar no macarrão e na cerveja...

Depois de uma cachaçada, bom mesmo é fechar a noite nos tradicionais redutos de Belo Horizonte que reúnem a moçada que não dorme antes de bater um prato de mexidão, tropeiro ou mesmo um espaguete caprichado (além da saideira, é claro). Bolão, La Grepia, Paracone, Chopp da Fábrica são opções já bem conhecidas dos veteranos da night belorizontina. Agora, quem quiser comer muitíssimo bem, barato, tomar a saideira e ainda ter diversão garantida, o local mais indicado é o 'macarrão das putas', logo ali na Afonso Pena, em frente ao Ginástico.

Na verdade, o nome não é bem esse, aliás, ninguém sabe, e talvez o Marcelo, que comanda a parada há mais de dez anos, nem goste do apelido. Mas fato é que ele instalou ali sua Fiorino com o propósito de alimentar a vida não tão fácil dos que trabalham na noite da avenida.

É na calçada mesmo. Mesinhas de metal, tamboretes e o forno instalado no bagageiro do Fiorino. Isso tudo disputando espaço com as profissionais do sexo que ali desfilam suas curvas. No cardápio, espaguete com bastante queijo derretido, lasanhas, mini-pizzas e cerveja em lata geladíssima.

Por ser tão gente fina e oferecer um dos melhores rangos de fim de noite, o Marcelo hoje conseguiu a proeza de juntar na mesma calçada (e até na mesma mesa) as prostitutas, as travestis, doidões, playboys, e todo tipo de gente que puderem imaginar. E tudo pelo famoso e mais gostoso macarrão de fim de noite.

E pra quem já é freguês das antigas, Marcelo manda avisar: o strogonoffe, que há tempos parou de ser servido, voltará com força total!

E viva as putas do Marcelo!!!!

Ops...viva as delícias do Marcelo!!!

Por Angélica Diniz(texto e foto)

Música de buteco...Nação Zumbi

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Para curar "Homesick"


Quando estamos vivendo em outro país, longe de casa e dos amigos, ficamos atentados a experimentar todas as novidades locais. E experimentamos tudo que podemos. Mas tem hora que bate também aquela saudade dos sabores de sua terra. Essa súbita nostalgia é conhecida em inglês como “homesick”. E para que isso não provoque sequelas preocupantes, o melhor a fazer é remediar. Como sugestão segue o Frango Jeca como a receita de hoje.
Os ingredientes são:
-1 frango cortado em pedaços
-4 espigas de milho verde cortadas em rodelas de 2cm cada
-1 Espiga de milho verde (somente os grãos) batida com um pouco
de água no liquidificador
-óleo o suficiente para dourar o frango
-1 colher de sopa de sal
-Pimenta-do-reino a gosto
-4 dentes de alho bem picadinho
-1 colher de sobremesa de colorau
-Salsa e cebolinha a gosto
-2 tomates maduros picados
-1 pimentão vermelho picado
-1 cebola grande picada
-1 limão
-1 colher de sopa de polpa de tomate

O preparo é simples:

Tempere o frango com sal, limão, alho, pimenta-do-reino e o colorau. Deixe pegar gosto por 2 horas. Cozinhe as espigas de milho verde picadas e reserve. Bata a outra espiga no liquidificador e também reserve. Doure o frango. Quando estiver quase dourado, tire o excesso de óleo se julgar necessário. Acrescente a cebola picada e frite mais um pouco. Acrescente a polpa de tomate e misture. Adicione os tomates e o pimentão e cubra com água quente, Tampe e deixe cozinhar. Quando estiver quase cozido acrescente as rodelas de milho para que elas absorvam o gosto do frango. Para finalizar acrescente o milho batido para engrossar o caldo. Deixe ferver por mais uns minutos. Confira o sal, desligue o fogo, e jogue salsa e cebolinha por cima. Convide os amigos para sentar à mesa e bom apetite!

Por Lenício Siqueira (fotos e texto)

Música de buteco... U2

Dia de beber é terça-feira

A cada dia que passa, cresce a certeza de que sexta-feira não foi feita para se ir ao buteco. Há muito tempo já elegi a terça-feira como o melhor dia da semana para se frequentar o balcão do meu bar preferido. E todo profissional do copo lagoinha, no fundo, vai concordar. Aí, 10 justificativas para essa loucura.
1 – Barulho infernal

Os amadores ficam tontos rapidamente e, como todo bêbado amador, gritam ao falar.

2 – Prosa ruim

É o dia que tradicionalmente a turma do escritório sai junta e o papo é sempre trabalho.

3 – Cerveja quente
Geralmente é o dia que chega o estoque novo de cerveja no bar para garantir o final de semana. Não adianta se enganar: ela não ficará gelada a tempo.
4 – Falta de exclusividade

Com as mesas lotadas, dificilmente o garçom-amigo terá tempo para lhe dedicar aquele atendimento preferencial.

5 – Falta de espaço

Os amadores que adoram se passar por profissionais, com certeza, irão ocupar aquele seu espaço de sempre no balcão do buteco.

6 – Pito sem necessidade

Beber sexta-feira pode lhe render uma cara amarrada da patroa. Certamente, ela não vai acreditar que você saiu na véspera de final de semana para beber com os barrigudos de sempre. Ela vai pensar que você foi esticar com a secretária no motel, por mais que isso nunca tenha passado pela sua cabeça.

7 – Cardápio fraco

E se você é solteiro, o butecão é o pior lugar para se ir na sexta-feira, pois as gatinhas não estarão lá. Estarão em casa se perfumando para só sair mais tarde. Elas nunca vão escolher o seu buteco copo sujo para azarar na sexta-feira à noite, né?

8 – Ganhar experiência

E se você realmente dá as suas escapulidas, vá mesmo tomar uma cervejinha na hidromassagem do motel e volte só na segunda-feira para contar tudo aos companheiros.

9 - Ressaca fora de hora

Beber na sexta-feira pode lhe render uma ressaca monstra na manhã de sábado e atrapalhar aquela boa cervejinha antes do almoço, lendo um jornalzinho com o solzinho gostoso de início de final de semana.

10 – Solidão etílica

E o mais importante de tudo. Assim como você deveria ter feito, todos os seus companheiros profissionais de prosa da segunda, terça e quarta-feira já terão seguido essas dicas e nunca estarão no buteco na sexta-feira para conversar contigo.

Por Gustavo Nolasco
Foto:Lenício Siqueira

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

"Bar Molhado"

É incrível a capacidade de improvisação que o brasileiro tem para adaptar-se em qualquer situação. É a criatividade sem limites.
Estava tudo alagado pelas chuvas que castigaram o país nesses últimos tempos. Todos tristes, deprimidos, contabilizando os prejuízos. E vejam o que esses camaradas fizeram. Arrumaram uma boia de câmara de ar, colocaram uma base de madeira e em cima montaram um buteco com direito a chapa quente e tudo. Para quem pensava que “bar molhado” só existia nos luxuosos resorts mundo afora....

Por Lenício Siqueira

Música de buteco...David Gilmour

Passado Triste

Da esquerda para direita uma turma de butequeiros profissionais, faixa preta mesmo: Esse que vos fala, Baixinha, Gnomo (em pé para parecer grande), Guigui, Brown, Cris Crocco e Ana Paula.

Uma das coisas que mais marca a noite de Belo Horizonte é a “morte e vida severina” dos butecos. Alguns nascem prometendo, lotam e depois fecham as portas. Outros simplesmente são abandonados por um público tradicionalmente volátil. São os terríveis “bares da moda” e seu público merecido: butequeiros de moda, nada profissionais. Esse é o grande problema desta roça grande....
A foto aí segue para relembrar os tempos bons do Café do Sol (na avenida do Contorno, em Santa Efigênia), que hoje vive um certo ar de decadência. E olha que lá tinha um dos melhores tira-gostos que já comi em Belo Horizonte: carne de lata.
Para quem não conhece, a carne de lata é uma invenção dos tempos das vovós, quando não tinham geladeira. O jeito para manter a carne era colocar dentro de uma lata, banhada na gordura de porco. Um manjar dos deuses...

Por Gustavo Nolasco

Foto: Wellington Pedro (fotógrafo e ex-garçon)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Música de buteco... Sobre as folhas

Parede de Mictório

Todos nós
estamos na sarjeta.
Só que alguns contemplam
as estrelas.

Por Oscar Wilde

Mercado Central



Esse é o Covent Garden Market. O mercado daqui de London, no Canadá. Muito bonito, bem organizado, mas nem de longe se compara ao Mercado Central de Belo Horizonte. No daqui não se encontra cerveja gelada. Não é permitido a venda de bebida alcoólica. Você jamais ouvirá alguém trepado no balcão (como se fosse na proa de um navio), gritando como um feirante, para tentar te seduzir a parar e tomar uma gelada. Jiló na chapa com fígado acebolado... nem pensar! Seria um delírio psicótico.

Por Lenício Siqueira (texto e fotos)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Melhor do que embrulhar para levar, é fazer em casa

Butecar é sinônimo de cerveja gelada, bom papo, mas também de um bom tira-gosto. Se algum dia você voltar para casa com uma vontade de repetir aquela porção que experimentou em um buteco, saiba que você foi fisgado e que pode se tornar assíduo freqüentador daquele lugar. Esse talvez seja o principal segredo para trazer o cliente de volta ao bar. Alguns proprietários não se importam em contar como preparar o molho, como temperar a carne e acabam liberando alguns segredinhos. Chegam até mesmo a liberar toda a receita no próprio cardápio, o que facilita a nossa investida em casa. Numa dessas edições do Comida di Buteco, festival realizado em Belo Horizonte, do qual já participei por duas vezes da comissão julgadora, peguei uma receita de um dos tira-gostos concorrentes, “Du Cará”, no bar Amigos e Antigos, quando ainda era ali ao lado do Clube Jaraguá, aliás, de onde nunca deveria ter saído.

Du Cará, na verdade, é um filé ao molho de uvas e jabuticaba, acompanhado de cará recheado com taioba e anéis de cebola. Uma delícia. Combinação perfeita. Essa se tornou uma das minhas receitas preferidas, já oferecida por mim a uma legião de amigos, novos e antigos. Claro que fiz as minhas adaptações para facilitar o meu processo e agradar ao meu paladar e ainda retirei acompanhamentos mais calóricos como os anéis de cebola. Aqui, vou passar a receita de uma forma fácil de preparar, sem grandes complicações.
Tenha à mão os seguintes ingredientes: uma peça de filé mignon; 250 g de manteiga; 8 carás grandes; 200 ml de leite; 1 caixa de creme de leite; queijo parmesão; sal; uvas verdes; pimenta do reino; farinha de trigo; um molho de folhas de taioba e geléia de jabuticaba caseira (esses dois últimos são os ingredientes mais difíceis de encontrar em supermercados, mas não no Mercado Central de Belo Horizonte).

O preparo é simples, com etapas definidas e práticas.

1 - Tempere o filé com sal e alho e molho inglês. Coloque numa assadeira e cobrir com pedaços de manteiga gelada. Reserve.

2 - Cozinhe o cará em água com um pouco de sal. Depois de cozido, passe o cará no espremedor de batata. Enquanto isso, leve o filé ao forno quente.

3 - Junte o cará, a manteiga, o leite e leve ao fogo. Cozinhe mexendo até virar um purê. Por último, junte duas colheres de sopa de queijo parmesão, o creme de leite e sal.

4 - Numa frigideira, passe levemente as folhas de taioba rasgadas em um pouco de manteiga. Forre um pirex com purê, cubra com as folhas de taioba e, em seguida, nova camada de purê. Cubra com queijo parmesão ralado. Leve ao forno para gratinar.

5 – Assim que o filé estiver no ponto desejado, retire a assadeira do forno e reserve. Na mesma assadeira, junte uma colher de manteiga, cebola ralada, duas colheres de geléia de jabuticaba, pimenta do reino, um copo de água e um pouco de farinha de trigo. Deixar reduzir. Acrescente por último as uvas verdes descascadas, sem sementes e partidas ao meio. Cobrir o filé com esse molho. Sirva nos recipientes separados ou nos pratos individuais a seu critério. Acompanha arroz branco.

Por André Gobira

Música de buteco...hoje é dia de Rock

O dinossauro resiste

Apesar de não fazer parte da "diretoria" do blog, como "companheira" não poderia deixar de dar um depoimento "isento" sobre um dos mais antigos butecos da Savassi – o Bar do João, que funciona há 22 anos na Galeria 810 – rua Tomé de Souza, 810, entre Contorno e Pernambuco, em Belo Horizonte. No começo era uma lanchonete, mas aos poucos a conversa boa do dono acabou atraindo a freguesia. Resultado: virou um bar, ou melhor, um buteco.
A redação da sucursal de O Globo em BH funcionava no mesmo prédio na década de 80, e desde então jornalistas marcam ponto no local. A categoria adora cerveja gelada, música e prosa boa, principais atrativos do bar. Além disso, o João é um figura sensacional. Roqueiro dinossauro, não deixa tocar outra coisa no estabelecimento. Gentil com todos, acaba sempre virando amigo e conselheiro dos mais habitués. Na sexta, é servido um pernil assado e, quando chega a madrugada, o bar mais parece uma boate, com gente dançando perto do balcão e lá fora, juntos às mesas. Se não tiver companhia pode ir sozinho, que não vai faltar gente para bater papo. Outra atração são os doidos ( nenhum furioso, pelo contrário, todos bem mansos) que não saem de lá. Mas esses merecem um post exclusivo, com foto e tudo.

Por Alessandra Mello

Bodeguita de la Revolución

Companheiros de buteco, nos próximos dias, começarei a série “Bodeguita de la revolución”, com dicas sobre butecos, restaurantes e passeios por Havana, Cuba. Em novembro passado, tive a oportunidade inesquecível de conhecer a Ilha, sua música, seu povo e suas delícias etílicas.E como dica para os butequeiros de São Paulo, Rio e Belo Horizonte, segue aí um clip do grupo cubano Orishas, que estará no Brasil agora em janeiro. Para quem não conhece, o Orishas é um grupo de hip hop que mescla o rap com os diversos ritmos caribenhos, como salsa e rumba.
Os shows acontecem nos dias 27 (Via Funchal/São Paulo), 30 (Píer Mauá/Rio) e 31 (Chevrolet Hall/Belo Horizonte). Ainda bem que o som dos Orishas é maravilhoso e único porque eu e a patroa teremos de assistir ao show dos caras em Belo Horizonte sem ao menos uma cervejinha: no Chevrolet Hall não venderá bebida alcoólica!!! Dá para acreditar???

Por Gustavo Nolasco

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Onde tudo começa





Os grandes acontecimentos
muitas vezes começam
na mesa de um buteco

Por Lenício Siqueira

Música de buteco...hoje é dia de samba

O tempo voa

Da esquerda para a direita: Maria Helena Dias, Silvia Laporte, Sandra Minchillo, Heloisa Neves e Lenício Siqueira

Essa foto foi feita no encontro em que celebramos os 10 anos de formados pelo curso de jornalismo da PUC Minas. Se quiser adivinhar a idade dela aí vai a dica... olha o tamanho do celular na mão da Silvia Laporte.
Tem gente que não acredita mas o tempo voa!
Por Lenício Siqueira

Que chá de boldo que nada!!!

Todo mundo tem uma receita especial para ressaca, essa companheira que ao contrário dos amigos, quanto mais velho ficamos, mais nos acompanha. É coca gelada, café, salada, gatorade, energéticos ou o horrendo chá de boldo.
Para mim, acabar com ressaca mesmo só com um bom banho gelado. Nos tempos de vida no interior, domingão de ressaca se curava em uma bela cachoeira. Era como lembrar dos tempos de infância quando enchia o tanque no quintal de minha avó e por lá mesmo mergulhava.

Como os tanques fabricados hoje – como quase tudo que é feito nos tempos atuais – já não são tão resistentes como aqueles de cimento do passado e o peso da barriga do mergulhador de tanque também multiplicou por 10, o jeito é mesmo um belo, emocionante e refrescante banho de balde!

Tá de ressaca? Vá tomar banho de balde!

Por Gustavo Nolasco

Viagem a serviço

Desembarco dia 17 de janeiro, sábado pela manhã no Rio de Janeiro. Afinal, com tantos bares por lá, é necessário alguém com experiência para analisá-los.

Por Leonardo Augusto

Música de buteco

domingo, 11 de janeiro de 2009

Madame Satã... símbolo da boemia

Do livro "O REI DA LAPA Madame Satã e a Malandragem Carioca":

De modo dramático, a navalha acena para a conquista da fama, garantia de respeito e defesa da honra como aquilo que o malandro faz. Trata-se de um recurso de valorização pessoal que os despossuídos de bens e de riquezas encontram para se fazerem respeitados.
Por Gilmar Rocha

Foto capa: Lenício Siqueira

Simbiose com tempero na medida certa

Estive ontem no Desde 1999, um bar em Belo Horizonte, bairro Santa Tereza, na rua Mármore, um quarteirão e meio depois da igreja da praça Duque de Caxias. Fica em uma pequena casa de uns setenta anos, modificada, com banheiros horrorosos no subsolo. A cerveja é gelada, mas o tira-gosto é no estilo pastel de angu e quibe industrializado. Isso não era problema até novembro, quando um desses arrojados microempresários do setor de alimentação de rua (camelôs), que fazia churrasquinho em frente ao bar, decidiu encerrar as atividades. O camarada tinha ainda cachorro quente e algum tipo de massa que não me lembro qual era. O Desde e o microempresário funcionavam em simbiose. A turma tomava uma no bar e pedia o churrasco do outro lado. Minutos depois, o rapaz atravessava a rua com o espeto e cobrava diretamente na mesa. Na maior sintonia.
Agora, a opção para quem não quiser encarar o pastel de angu e o quibe de linha de produção intensiva é a lanchonete que tem ao lado do Desde. Lá tem a tal pizza em cone, ou de cone, que não é ruim. Funciona no mesmo esquema do finado churrasco. Você pede na lanchonete e o rapaz leva no bar para você. Quintas e sextas são os dias mais movimentados no Desde. Ficam lotados o balcão, o pequeno salão, a calçada e até parte da rua.

Por Leonardo Augusto
Foto e interferência digital: Lenício Siqueira