quarta-feira, 18 de março de 2009

Jogando uma carne no dente


Um churrasquinho na laje, uma carne de sol de Montes Claros, uma porção de filet (ainda tem gente que acredita que o nome do cardápio condiz com a carne servida) com fritas em qualquer buteco da sua preferência. Até mesmo a famosa carne de panela com pão “moiado”, tira-gosto insubstituível para o jornalista/butequeiro/amigo do blog Theo Filipe, também conhecido como o único ser humano capaz de segurar um copo de cerveja cheio na horizontal.
Não tem jeito: a tal da carninha combina com tudo. Seja a cerva geladíssima, um bom vinho, caipirinha e a marvada! Todas com seu lugar. Agora, o que não dá para negar é que, ao contrário do futebol, nesse quesito, os hermanos argentinos nos vencem de goleada.

Estas fotos aí são do casal Paulo e Laura, em uma cantina do centro de Buenos Aires. A “PEQUENA” porção sortida de carne sai em média por 20 dólares. Claro que a coca-cola poderia ter sido substituída por uma garrafa de um litro da magnífica Quilmes, mas, enfim...

As expressões faciais mostram bem o efeito que esta lindíssima e “PEQUENA” porção de carne argentina causou.

Laura, uma devoradora voraz de qualquer alimento, desde que em quantidades enormes, vive hoje na Argentina.

Paulo, um ex-vegetariano (é meu irmão, mas vegetariano já era suspeito e ex-vegetariano, ainda fica pior), vive na Itália.

PS: e aos marmanjos de plantão e às mais saidinhas, fica um recado: nem adianta olhar muito. Mesmo com a distância, o casal está unido e bem unido. Menos quando o assunto é carne...

Por Gustavo Nolasco

Música de buteco... Adios Nonito

quarta-feira, 11 de março de 2009

Delícias de carne de sol

Apesar de levar a fama de produto típico do Nordeste, a carne de sol, pelo contrário, é degustada de Norte a Sul do país. Do Ceará ao Rio Grande do Sul, passando pela Bahia e, claro, por Minas, onde temos excelentes "mantas" vindas geralmente de várias cidades como Montes Claros, Almenara, Teófilo Otoni, entre outras. Nada melhor que um passeio pelo Mercado Central de Belo Horizonte para encontrar, à sua escolha, uma boa carne de sol para oferecer aos amigos em casa.
O preparo varia de acordo com a região, mas para levar uma carne de sol macia para a mesa requer alguns cuidados básicos. Aqui, vou ensinar o processo adotado pela minha mãe, que aprendeu com a minha avó nas bandas de lá do Vale do Jequitinhonha.
Primeiro é preciso dessalgar a carne de sol, de molho por algumas horas, sempre renovando a água. Em seguida, levar direto ao fogo, numa panela larga. Deixar a carne soltar sua água e, quando a panela secar, acrescentar dois dedos de óleo para fritar. Virar a carne, de vez em quando, para fritar dos dois lados e não queimar o fundo.
Quando a carne estiver bem dourada, cortar em pedaços menores e acrescentar um fio de vinagre. Deixar fritar mais um pouco, sem deixar escurecer e ressecar a carne. Ao final, acrescentar fatias grossas de cebola. Aí está uma boa carne de sol que pode acompanhar um feijão tropeiro com arroz branco.
Se a carne de sol for a base do seu prato, a partir de agora começa uma nova etapa.
Hoje, a receita é um delicioso Escondidinho de Carne de Sol.
Pronta a carne de sol, deixar esfriar e desfiar em tiras finas. Numa panela fritar no azeite, alho, cebola, pimentões coloridos picados. Misturar a carne desfiada. Acrescentar pimenta e cheiro verde a gosto e reservar.
Cozinhar a mandioca e passar no espremedor ou processador. Levar a mandioca ao fogo com o leite e a manteiga como se fosse fazer um purê. Ajustar o sal. Quando ferver, adicionar o creme de leite e o queijo parmesão.
O Escondidinho pode ser servido em um pirex ou, individualmente, como entrada, em pequenas vasilhas de porcelana. Fazer uma camada do purê de mandioca e, por cima, a carne de sol. Em seguida, o restante da mandioca. Cobrir com queijo ralado e levar para gratinar.
Se sobrar carne de sol desfiada, reserve ou congele. Será fudamental para a nossa próxima receita. Aguarde.

Ingredientes
-1 kg de carne de sol
-1 kg de mandioca
-½ copo de -leite
-150 g de manteiga
-200 ml de creme de leite
-1 1/2 xícaras de queijo parmesão ralado fino
-Cebola, alho, pimentões verde, amarelo vermelho picados e cheiro verde

Por André Gobira (texto e foto)

Parede de Mictório

Quem recebe os amigos
e não dá uma atenção pessoal
à refeição que lhes é preparada
não é digno de ter amigos

Brillat-Savarin


Música de buteco.... Hey Hey My My

segunda-feira, 9 de março de 2009

Herói da resistência

Vivemos na correria do mundo moderno. A aceleração é tanta que ninguém tem tempo pra nada , nem para comer. Assim, os lanches rápidos drive-thru e o sistema de comida self-service predominam na maioria dos restaurantes espalhados pelo Brasil afora. Mas ainda existem aqueles que não aderiram à linha de montagem self-service e continuam resistindo bravamente com o clássico prato feito, também conhecido popularmente como PF. Para os fregueses, fiéis seguidores do sistema tradicional, “a pressa é inimiga da refeição”. Por isso não abrem mão de saborear um delicioso PF, o “a la carte popular”. Acham que vale a pena esperar um pouco mais e receber uma comida quentinha, manipulada por pouca gente, imbuida pela sensação de tratamento exclusivo. Dá até pra sentir um saudosismo dos tempos em que chegavamos em casa famintos, e nossas mães nos preparavam esses pratos para acalmar nossos estômagos ferozes.
Vida longa a esse herói da resistência... vida longa ao PF!!!

Por Lenício Siqueira
Foto: Tarcisio de Paula

Música de buteco... Vapor Barato

segunda-feira, 2 de março de 2009

No pé da Serra do Itacolomi

Mariana e Ouro Preto são destinos conhecidos de todos os amantes de uma boemia pelas ladeiras históricas de Minas Gerais. O que poucos sabem é que exatamente no meio do caminho entre as duas cidades está um distrito maravilhoso para quem curte tranquilidade: Passagem de Mariana.
É ali, naquele pedacinho de terra centenária, que está uma boa dica de boteco, o Pé da Serra.
O nome é uma homenagem ao local: fica numa ruazinha tranquila, sem trânsito de carro, ao pé da serra que forma o Parque do Itacolomi e abriga a Serrinha, o melhor conjunto de cachoeiras e poços da região de Mariana e Ouro Preto.
Voltando ao nosso buteco, as qualidades começam pelo dono. O Wander é gente da melhor qualidade, boa praça e que sempre está com ‘um olho no gato e outro na cerveja da moçada”, não deixando o copo secar – qualidade que só os melhores donos de estabelecimento têm.

O tira-gosto também é simples e campeão, desde a porção mista de carne até o feijão tropeiro. E é de impressionar a boa vontade da turma que trabalha com o Wander. Mesmo com a cozinha já fechada, sempre arrumam um jeitinho de não deixar os clientes na mão. Foi assim que, na madrugada, pude degustar uma porção de calabresa com queijo cabacinha.
Agora, o charme mesmo do Pé da Serra fica por conta do frequentador mais ilustre: Toninho. O cara torna inesquecíveis a alegria e a paz do local, quando manda um repertório de responsa no violão. E esqueçam aquelas musiquinhas chatas e repetitivas dos tocadores de violão de buteco como “Bem-te-vi, bem-te-vi...” e “caminhando e cantando...”. A música do violeiro do Pé da Serra e a cerveja do Wander são parada obrigatória para quem passar pelas bandas de Passagem de Mariana.

Por Gustavo Nolasco
Fotos: Angélica Diniz e Ana Paula Franco

Parede de Mictório



O fígado faz muito mal à bebida

Por Barão de Itararé

Música de buteco... Clã Brasil