Difícil a vida de quem fica em Belo Horizonte no Carnaval por ter que trabalhar ou por não gostar da muvuca momesca pelas tristes variações funqueiras e baianas assimiladas à festa. O que fazer para manter a tradição diária de tomar uma cerveja, com tantos bares – até mesmo os famosos por relutarem ao máximo em fechar suas portas nas altas madrugadas – em completa hibernação? Uma boa saída é o Bar Bias, antigo Hi-Fi, também conhecido com Boêmio's (os garçons não sabem explicar o motivo do apelido, que é mais ou menos óbvio pelo estilo dos frequentadores). A cerveja é gelada e a comida, ótima. Qualquer filé ou massa pode ser pedido sem susto. A Alessandra não gostou do ovo que veio em um Caol que pedimos, mas o conjunto da obra, afirma, estava bom. Para mim, sem defeitos. Não sei dizer quanto ao tira-gosto. Minha amiga Simone Johnnie Walker falava muito bem da porção de palmito. De quebra, no Boêmio's, você pode conhecer o "seu" Nonô, um advogado de aproximadamente 90 anos que mora na região. Não se engane se passar pela área durante o dia e encontrá-lo tomando sorvete de limão ao lado da mulher. O negócio de ambos é a cana, à noite, no Boêmios. "Seu" Nonô prefere o estilo "pura". Já a mulher, vai de caipirinha. O marido raramente sai de perto da companheira, a não ser para uma ou outra gracinha dirigida às beldades que passam por lá. Tudo sem qualquer recriminação por parte da esposa. Se aparecer por lá e conhecer o casal, preste bem a atenção em ambos. Pode ser que você tenha a sorte de chegar como eles a esta etapa da vida.
O Boêmio's fica na Bias Fortes a meio quarteirão da Praça Raul Soares. Por Leonardo Augusto
Foto: Lenício Siqueira
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